segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Tempo seco e descuido podem provocar queimadas

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Na tarde da última quarta-feira, dia 22, um pequeno incêndio na mata da rua Serafim Motta Barros, no Centro, deixou os Bombeiros em alerta. O Cabo Carlos Augusto, do Corpo de Bombeiros de Sabará, diz que o descuido e a ignorância podem ser as causas deste tipo de incidente já que muitas pessoas colocam fogo no terreno visando à limpeza do local. “A maioria dos incêndios é proposital. O mato muito seco pega fogo muito rápido”, relata o Cabo. Para evitar esse tipo de transtorno, o Bombeiro alerta para que as pessoas tomem alguns cuidados como o de manter o lote sempre limpo não deixando o mato crescer , e nunca jogar toco de cigarro na estrada ou em lotes vagos. Devido ao período de estiagem, a vegetação fica muito seca facilitando a propagação do fogo.

Por coincidência, minutos depois do incidente, os Bombeiros receberam uma outra chamada de incêndio no trevo de Caeté. Entre os dias 17 e 19 foram registradas três ocorrências de incêndio às margens da BR-381, sentido vitória, no Trevo de Sabará e Caeté.

Fonte: Folha de Sabará

Jogar lixo no rio é crime e pode originar multa

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   Recentemente, a Guarda Municipal foi acionada para repreender um senhor que com o auxílio de um carrinho jogava entulhos no rio Sabará, próximo à rua Laranjeiras, no Centro da cidade. Após ser abordado, ele parou prontamente de jogar lixo no rio, mas teria dito à Guarda que havia recebido autorização de um funcionário da prefeitura para tal ato.

   Em contato com o fiscal municipal, Américo Alexandre Simões, a Folha de Sabará apurou que de acordo com o artigo 34 da Lei Municipal 994, de 2002, é proibido depositar, dispor, descarregar, enterrar, infiltrar ou acumular em solo resíduos sólidos sem prévia autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “Ninguém vai autorizar uma pessoa a jogar lixo no rio já que a lei proíbe isso e existem locais adequados para a disposição de lixo”, afirma. O fiscal desconhece o caso citado mas reconhece que fatos como este acontecem muito na cidade devido à falta de conscientização das pessoas. Os resultados são o assoreamento do rio, poluição, destruição da mata ciliar, poluição visual e a atração de animais e insetos.

   Ainda de acordo com a Lei, existem penalidades para quem descumprir o artigo. As multas variam de R$ 17,15 a R$10.290,00. O caso citado na reportagem seria grave com multa variando de R$1716,00 a R$5145,00.

Fonte: Folha de Sabará

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Agradecimentos

Agradecemos a todos que acessaram o blog pelo número de visitas que já está em 212 e por 496 páginas lidas.


Por motivos "técnicos", o endereço do blog a partir de hoje será a url original; http://istoesabara.blogspot.com , se você está acessando o site com o prefixo ".cjb.net", provavelmente será aberta uma tela com propaganda em tela cheia, ao aparecer isso, click no botão direito superior escrito "Skip this Ad" e volte a navegar tranquilamente em nosso blog.


Sinceras desculpas por este incoveniente e obrigado pelo sucesso que o blog anda repercutindo.


Isto é Sabará!


Marcos R. e Sérgio Pacheco

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Bomba Atômica X Meio Ambiente

Hiroshima e Nagasaki

Hiroshima, a sétima maior cidade do Japão, com 343 mil habitantes e uma guarnição militar de 150 mil soldados. Hiroshima fica junto ao delta do rio Ota, que desemboca no mar Interior.
A bomba de Hiroshima ocasionou a morte de milhares de pessoas e devastou completamente 9 km2. Devido aos efeitos nocivos das radiações, os habitantes de Hiroshima e Nagasaki foram vítimas de vários problemas de saúde. Houve inúmeros casos de crianças que nasceram defeituosas em conseqüência de alterações genéticas e muitos casos de leucemia, só para citar alguns exemplos.
Todos os anos, o dia 6 de agosto é lembrado com muita tristeza, torcendo para que nunca mais o mundo tenha de assistir a uma tragédia como a desse dia.
Dia 6 de agosto de 1945, uma ordem é dada para lançar a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima. Dois minutos e dezessete segundos depois, a bomba explodia, matando e ferindo mais de cem mil pessoas.
Três dias depois, 9 de agosto, outra bomba, chamada Fatman, é lançada sobre Nagasaki. Mata quarenta mil e fere outros quarenta mil japoneses. O Japão se rende e termina a guerra. A arma atômica, com poder equivalente a vinte mil toneladas de TNT (Tri-Nitro-Tolueno), é mil vezes mais potente que qualquer das bombas conhecidas naquela época.
A carnificina não foi maior porque o terreno montanhoso protegeu o centro da cidade. Quatro meses depois, porém, as mortes na cidade chegavam a 80 mil. Nagasaki, na verdade, era o objetivo secundário. Foi atingida porque as condições meteorológicas de Kokura, o alvo principal, impediam que os efeitos destrutivos da bomba fossem os planejados.
Equipes médicas se desdobram na tentativa salvar os mais de trinta e cinco mil feridos. Mas, por semanas, meses e anos, os feridos continuam a morrer, vítimas das terríveis lesões provocadas pela explosão atômica. Mesmo seis meses depois da explosão, centenas de pessoas ainda exibiam queimaduras não cicatrizadas, provocadas pela exposição à radiação. Há milhões de homens e mulheres com problemas causados pela radiação, até então desconhecidos, mas diretamente relacionados com o bombardeio, continuam a surgir, mesmo muitos anos mais tarde. Em 1950, o censo nacional do Japão indicou que havia no país 280 mil pessoas contaminadas pela radiação das bombas de Hiroshima e Nagasaki.
Assim como as pessoas e as estruturas físicas das duas cidades sofreram conseqüências graves com a radiação das bombas atômicas, o meio ambiente também foi inteiramente destruído.
Os americanos consumiram seis anos e dois bilhões de dólares para produzir a arma mais destrutiva de toda a história da humanidade. Cinco meses depois de Hiroshima e Nagasaki, um trem especial conduz o tenente norte-americano Sussan através do território japonês, para registrar em filme os efeitos da explosão. O filme permaneceu secreto durante 13 anos.
Quando afinal foi divulgado, os americanos ficaram chocados com o que viram e com as proporções da destruição que a bomba provocou. Admitiram, então, que não imaginavam que o resultado pudesse ser aquele.

Fonte: site http://www.ambientebrasil.com.br acessado em 10/09/07 às 21:50h.

Projeto internacional fará "RG" global da biodiversidade

A idéia segue o mesmo princípio do RG. Todos os animais e plantas do mundo podem ser reconhecidos também por uma assinatura genética. Por isso, quando a maior parte deles já estiverem devidamente etiquetados, será bem mais fácil reconhecer esses organismos em novas regiões geográficas, por exemplo, ou até preservá-los da extinção.
É exatamente esse o objetivo do CBL (Consortium for the Barcode of Life) que precisa de US$ 150 milhões para, até 2009, cumprir sua meta de etiquetar 5 milhões de indivíduos de 500 mil espécies. "O Canadá já vai investir US$ 50 milhões. Argentina, Coréia do Sul e muito provavelmente o México também já demonstraram interesse em colocar recursos no projeto", disse ontem em Águas de Lindóia (SP) Paul Hebert, do Instituto de Biodiversidade do Canadá, um de seus coordenadores.
De acordo com Hebert, todos os dados gerados pelo CBL serão públicos e "abertos a todos sem nenhuma cobrança de taxa". Na biblioteca eletrônica do grupo (www.barcodinglife.org/views) é possível perceber que já existe o depósito de 31.424 espécies já identificadas por meio das etiquetas genéticas. Ao todo, já foram feitas, entre os vários grupos de organismos, 288.785 códigos de barras moleculares.
A partir do protocolo desenvolvido pelo consórcio, que consiste em isolar algumas estruturas genéticas do DNA da mitocôndria dos seres vivos e a partir disso montar as etiquetas únicas, vários problemas científicos reais estão sendo resolvidos.
Hebert está claramente tentando mostrar a importância do consórcio que ele coordena para o governo do Brasil. Mas, nos dois últimos anos, tempo em que grupos brasileiros começaram a se organizar para tentar replicar a iniciativa internacional no país, a burocracia e a falta de prioridade a causa impediram uma maior aproximação. A Folha apurou que todas as tentativas feitas com instâncias do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia) e MMA (Ministério do Meio Ambiente) foram consideradas muito bem-vindas mas esbarraram na burocracia para ir adiante.

Fonte: Eduardo Geraque da Folha de S.Paulo, em Águas de Lindóia (SP)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Imagens que transcendem: Pompéu
















Imagens que transcendem: Soledade




Incêndio destrói área de preservação ambiental em MG

Um incêndio no Parque Nacional da Serra do Cipó, em Santana do Riacho (90 km de Belo Horizonte), já destruiu entre 2.000 e 2.500 hectares dos 33.800 hectares do local (um hectare equivale a 10 mil m²). A área de preservação ambiental da reserva foi atingida. Até a noite desta terça-feira, o fogo não havia sido debelado.
Desde a tarde de domingo (19), o Corpo de Bombeiros, equipes do IEF (Instituto Estadual de Florestas), do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e voluntários têm trabalhado para conter o fogo. Quatro aviões e um helicóptero ajudam na operação.
O chefe-substituto do parque, Edward Elias Júnior, disse que o incêndio provavelmente foi provocado por criadores de gado, que colocam fogo em áreas vizinhas à área da reserva para a formação de pastos.
Segundo ele, também há informações de que um homem estaria ateando fogo criminalmente no parque. "A Polícia Ambiental já foi acionada e está procurando o suspeito."
Os bombeiros trabalhavam, na tarde desta terça, para conter três focos de incêndio nas partes norte e noroeste do parque.
"O fogo está se espalhando em uma velocidade muito grande por causa da baixa umidade e ventos fortes. O clima está muito seco e a vegetação muito árida", disse Elias Júnior. Segundo ele, há três meses não chove na região.
A expectativa é que o incêndio seja controlado até quarta (23), caso não seja ateado fogo criminalmente em outros pontos.
Elias Júnior afirmou ainda que a fauna e flora da região estão comprometidos. "O parque é conhecido pelas plantas endêmicas [espécies que só surgem em uma região do mundo], que estão ameaçadas por causa do incêndio", disse.
De acordo com o chefe do parque, os animais --sobretudo répteis-- não conseguem fugir do fogo e acabam morrendo.
De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, foram verificados 13 focos de queimadas em Minas Gerais nesta terça --quatro apenas em Santana do Riacho.
Trinta municípios mineiros decretaram situação de emergência devido à seca e estiagem. Outros 15 já tiveram o pedido homologado e podem receber recursos do governo estadual.

Fonte: Renata Baptista da Agência Folha

Chafariz do Kaquende, água potável



Um dos mais famosos chafarizes de Minas chega, neste ano, aos 250 anos.
Sua água, pura e cristalina e que acreditava-se outrora nascer debaixo da igreja de São Francisco, o que daria a ela propriedades divinas, apresenta durante todo o ano a mesma temperatura média, seja inverno ou verão.
Construído em 1757, o imponente chafariz trazia em sua fachada, acima das duas bicas, a coroa e o escudo de armas portuguesas esculpidas em pedra-sabão. Historiadores dão conta de que o escudo de armas fora dali arrancado na euforia pela proclamação da independência em 1822. A coroa teria se mantido intocada em função de representar, de qualquer forma, o império que se instalava no Brasil naquele momento.
Toda a região imediatamente a direita dos rios das Velhas e Sabará era conhecida por Kaquende. Referindo-se a região ,diziam: “Cá aquém do Rio das Velhas”, expressão que, para muitos, teria originado a palavra.


Fonte: Sérgio Alexandre
Jornal + Notícias

Lei sobre a criação de cães perigosos



Lei sobre a criação de cães perigosos gera discussões



Muitos têm sido os debates sobre a aplicação da Lei 16.301, em vigor desde 6 de dezembro de 2006, que disciplina em Minas Gerais a criação de cães das raças PitBull, Doberman, Rottweiler e outros de porte físico e força semelhantes. Na semana passada, o Tenente- Coronel do Corpo de Bombeiros, João Batista, afirmou, em entrevista ao Jornal Estado de Minas, que só será possível aplicar a lei e registrar os cães se houver um convênio entre entidades públicas e clínicas veterinárias.

Segundo o Tenente Ronaldo Rosa de Lima, comandante do Corpo de Bombeiros de Sabará, as cidades do interior ainda aguardam a instrução técnica do comando geral para começar a agir. Na opinião da Superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Vânia Dutra Amorim, a lei é importante mas precisa ser melhorada. Para ela, a lei não definiu bem as atribuições e responsabilidades de cada setor (Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Secretaria de saúde e Secretaria de Defesa Social) devendo ser importante a articulação entre eles visando a aplicação da lei.

Outro questionamento da Superintendente é com relação ao Artigo 3º, sobre o parecer que o veterinário deve emitir acerca da possibilidade de permanência do animal no convívio social. “É possível para um médico veterinário fazer uma análise psicológica do animal?”, argumenta. Vânia acrescenta que ainda não há estudos epidemiológicos que constatem o número de agressões de cães por ano e diz que o estudo precisa ser feito de forma aprofundada justamente para sensibilizar a população para que conheça melhor os riscos de se criar um animal como este em situação insegura.

Cães abandonados


Para não cumprir a lei, proprietários têm abandonado os cães das referidas raças em Belo Horizonte, colocando em risco a vida da população. Ainda de acordo com a reportagem publicada pelo Estado de Minas, apenas na semana passada, 165 cachorros foram abandonados.

Em Sabará não há números exatos com relação ao abandono desses cães mas esta demanda existe. “Nossas demandas têm sido de cães soltos em vias públicas ou referentes a pessoas que mantém o animal em situação de risco”, informa a Superintendente. Nestes casos de cães de raça perigosa, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), localizado no Rosário II, recolhe ou recebe estes animais que permanecem no local por cinco dias. Caso o proprietário não apareça, o CCZ, conforme a lei, pode enviar o cão a penitenciárias. Outra ação pode ser o encaminhamento à instituição de pesquisa, como a UFMG. Porém, devido ao fato dessas raças não serem sociáveis, o interesse das instituições é raro. Se não for possível o estabelecimento de nenhuma dessas medidas, um médico veterinário faz a eutanásia do cão. Neste caso, o animal é sedado e a eutanásia acontece sem sofrimento, de acordo com as normas do Ministério da Saúde.

Vânia Dutra Amorim comenta que recentemente apenas dois cães da raça pit Bull se encontravam no CCZ. Um deles foi apreendido porque estava solto na rua. Os donos procuraram pelo cão e agora têm 15 dias para se adequar a Lei e reaver o animal após uma análise das condições de segurança pela Vigilância Sanitária. O outro pit bull, apreendido pelos Bombeiros, está hoje na Associação Sabarense Protetora dos Animais e da Natureza (Aspan). “A Aspan interferiu para que a doação do animal acontecesse, o que a lei não permite. A Associação então intercedeu e ficou com a guarda do cão assinando um termo de responsabilidade para que ele seja mantido de forma segura, bem alimentada, sem que seja doado a terceiros”, explica a Superintendente. Ela concorda com a proibição de doação de cães de raça perigosa a terceiros para que sejam evitados acidentes graves ou fatais. “Queremos evitar casos de crianças mutiladas, que ficam com seqüelas pelo resto de suas vidas devido a um acidente que pode ser evitado”, declara Vânia.

A presidente da Aspan, Vera Lúcia Ferreira Alves, foi procurada pela Folha de Sabará. Em sua opinião, a adoção não pode acontecer em casos de cães com histórico de violência. “A cadela que estava no CCZ não tinha este histórico, era mansa e dócil. Eu intercedi para que ela não fosse morta e recebi o parecer favorável do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais, e de dois veterinários do CCZ de Sabará dizendo que a cadela é sociável”. A referida cadela está no abrigo da Aspan e foi castrada.

Vera afirma ser a favor da lei 16301. Com relação à eutanásia do animal, ela concorda, desde que seja feita uma triagem bem feita. “Se o cachorro for violento, tudo bem, mas se for dócil, ele tem o direito de viver. Sei de pit buls que vivem numa boa”. Perguntada se ela acha possível para um veterinário estabelecer sobre o caráter dócil de animal deste porte, Vera responde de forma positiva, mas faz uma ressalva: “Desde que o veterinário conviva com o animal por determinado tempo e que se conheça o histórico do cachorro, tomando todos os cuidados devidos já que não é um cão totalmente confiável”. A presidente da Aspan acrescenta donos de cães que incitam a violência nos animais devem receber punição.

Sobre o assunto, a Superintendente da Secretaria Municipal de Saúde explica que a lei diz que cães das raças pit bull, doberman, rottweiler e outros de porte físico e força semelhantes não podem ser adotados por terceiros, nem mesmo se forem dóceis. “A lei diz que o cão que agredir alguém, ou o abandonado, será recolhido e que o veterinário emitirá um laudo sobre a possibilidade deste animal voltar para o dono, e não para a família de terceiros. Esta cadela que estava no CCZ e hoje está de posse da Aspan é adulta. Não foi feita pesquisa sobre o histórico de agressão, mas quando a cadela esteve aqui ela destruía as grades do canil quando outros cães se aproximavam”.

Ataques

A preocupação da Superintendente com relação a doação deste animais tem motivo. Em todo o país não têm sido raros os casos de ataques de pit bulls. Aqui em Sabará, a auxiliar de enfermagem do hospital Cristiano Machado, Magda de Fátima, conta que conhece um caso grave ocorrido há quatro anos com uma criança moradora do Chacreamento Ipê Amarelo que, naquela época, tinha apenas três anos. “Fiquei sabendo que a menina foi brincar na casa de uma vizinha que tinha um pit bull. O cachorro estava solto e atacou a criança chegando a arrancar seu coro cabeludo”. Além disso, a criança foi bastante mordida em outras partes do corpo mas sobreviveu. Ela foi atendida no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, ficando internada vários dias e se submetendo a cirurgias.

A orientação do Corpo de Bombeiros é para que em situação de risco com os cães a população recorra à corporação que vai recolher o animal e levá-lo ao Centro de Zoonoses. O telefone do Corpo de Bombeiros é o 193. A Superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Vânia Dutra Amorim, diz que a Secretaria está atendendo as demandas de cães soltos em vias públicas ou de denúncias de pessoas que mantém o animal em situação de risco. O telefone para denúncias é o 3672 7697.

Nos Borges, criador de pit bull mantém o animal em seu quintal

Rosanio Liziero dos Reis, de 42 anos, morador do bairro Borges, tem um cão da raça pit bull de três anos idade. Ele diz que seu cachorro é vacinado e que no dia da vacinação funcionários da prefeitura cadastraram o animal. Rosânio esclarece que não passeia com seu pit bull na rua já que o mantém solto em seu amplo quintal, que é murado. Ele acrescenta que escolheu a raça porque os animais são bonitos e robustos. “Cachorro é igual gente, se você levar para casa, dar carinho, amor e educação ele vai ser amável, mas se você jogar na rua ou agredir, ele se torna agressivo”, opina. Ele é contra a castração do animal por considerar o ato uma “judiação”.

Em BH, pit bulss vão ganhar microchips

A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte começou a instalar microchips na região dorsal dos pit bulls da capital. O aparelho é do tamanho de um grão de arroz e armazenará os dados do cão e de seu dono. O animal que atacar alguém, fugir ou for abandonado será identificado por meio de um equipamento, passado sobre a pele, permitindo a leitura do registro do cão.

Principais pontos da Lei 16301


- Os proprietários de cães com mais de 120 dias de idade das raças pit Bull, doberman, rottweiler e outros de porte físico e força semelhantes devem registrar o animal junto aos órgãos credenciados mediante a apresentação de comprovante de vacina, qualificação do vendedor e do proprietário e declaração da finalidade de criação do animal
- O proprietário deve manter o animal em área delimitada, com dimensões suficientes para seu manejo seguro, guarnecida com cercas, muros ou grades que impeçam a fuga e resguardem a circulação de transeuntes nas proximidades.
- Deve afixar, de forma visível, à entrada do imóvel onde é mantido o cão, placa de advertência que informe a raça, a periculosidade e o número de registro do animal
- Impedir o acesso do cão aos locais destinados a caixas de correspondência, hidrômetros, caixas de leitura de consumo de energia elétrica e equipamentos congêneres
-Utilizar equipamentos de contenção, na condução em via pública e no transporte do animal, sobretudo aqueles que os impeçam de efetuar ataques e desferir mordidas
-O descumprimento de qualquer das disposições acarretará na apreensão do animal e na aplicação de multa de 500 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais- 500 UFEMGs, duplicado em caso de reincidência
- É proibida a adoção, procriação e entrada de cães pit Bull no Estado, sujeitando-se os estabelecimentos infratores à cassação de alvará de funcionamento, nos termos da legislação aplicável

Fonte: Jornal Folha de Sabará

Quem foi Augusto Ruschi?

Cientista, agrônomo, advogado, naturalista, ecologista, conquistou reconhecimento internacional. Seu nome foi dado ao mais importante prêmio da Ecologia Nacional - “Medalha Augusto Ruschi” da Academia Brasileira de Ciências (entregue a cada quatro anos), virou nota de “500 cruzados” e Engenheiro do Mérito Nacional, e como as Cruzadas e os Cruzados, sumiu...Infelizmente Augusto Ruschi sumiu do nosso meio, e juntamente com ele foi-se muito da ética e respeito à vida. Sua vida foi dedicada às descobertas, defesa e estudo das espécies brasileiras, além da visão ecológica preservacionista pioneira que consagrou-o mundialmente.Ainda na primeira metade do século XX, Augusto Ruschi realizava excursões pelo Brasil e polemizava com personalidades acadêmicas, políticas e empresariais muitas questões relevantes sobre a importância de se pensar o homem e a natureza numa relação respeitosa e sustentável. Foi o pioneiro do manejo sustentável das florestas tropicais, da agroecologia, do controle biológico de doenças tropicais e zoonoses, das denúncias sobre o perigo dos agrotóxicos, para dizer o mínimo das soluções que propunha a uma plêiade de governantes e cientistas céticos. Lutou e trabalhou incansavelmente como muito poucos na história da humanidade, afim de que se tomassem as medidas de contenção da poluição e da destruição - que ainda perduram - mas que muito depois do alerta do pioneiro passam a ser encaradas como prioridades.Deixou-nos uma vasta obra escrita com 450 trabalhos e 22 livros, 2 instituições científicas - Museu de Biologia profº Mello Leitão e Estação Biologia Marinha Ruschi, 1 fundação - Fundação Brasileira de Conservação da Natureza, várias reservas entre as quais o Parque Nacional do Caparaó, e um dos maiores acervos de informações existentes sobre a floresta Atlântica.Há muito o que se resgatar da obra deste cientista reconhecido como um dos 1000 grandes homens que construíram o saber e as idéias do século XX, e sem dúvida o principal personagem da defesa ecológica nacional.Deixou um dos maiores acervos de imagens constituído por mais de 50.000 slides. Entre os livros publicados mais conhecidos estão: Aves do Brasil vol. I e II, Beija Flores do Espírito Santo, Beija flores do Brasil vol. I e II, Fitogeografia do Estado Espírito Santo, Orquídeas do Espírito Santo, Agroecologia, entre outros. A Estação Biologia Marinha Ruschi e a Casa Augusto Ruschi são as instituições únicas detentoras dos direitos autorais da obra deste grande cientista brasileiro.Foi sem dúvida o maior especialista mundial sobre beija flores deixando a maior obra escrita no mundo sobre o assunto. Também foi a principal autoridade mundial sobre ecologia da floresta Atlântica, sendo o único cientista no mundo a viver 50 anos no interior da floresta e estudá-la por todo este período. Também deixou significativas contribuições em estudos de morcegos, macacos, bromélias, orquídeas e impacto ambiental.Augusto Ruschi nasceu em Santa Teresa, em 13 de dezembro de 1915, uma pequena cidade de colonização italiana nas montanhas do Espírito Santo. Foi o oitavo entre os doze filhos do casal de imigrantes Giuseppe Ruschi e Maria Roatti. Seu pai era agrônomo, trabalhava na topografia e construção; veio para o Brasil em missão do Governo Italiano para auxiliar no desenvolvimento das colônias italianas.Sua família tem mais de 2 mil anos de tradição no trabalho com ciência e plantas, cultivando-as e estudando-as, sendo inclusive o nome da família originário da espécie Ruscus aculeatus ou azevinho do campo. Vários ancestrais como Giovani Ruschi e Pietro Ruschi foram cientistas na Itália renascentista, fazendo parte do grupo de Michelangelo e Galileo Galilei.Augusto Ruschi, ainda menino, apresentava uma curiosidade inata pelas flores que seu pai cultivava como hoby na “Chácara Anita”. Começou seus estudos em Santa Teresa, no colégio Ítalo Brasileiro, onde diversas vezes foi chamado a atenção nas aulas, pois detinha-se em brincadeiras com insetos que levava em vidrinhos e caixas de fósforos.Com dez anos passou a residir na cidade de Vitória, para estudar no colégio estadual. Sua professora de Ciências e História Natural foi a pesquisadora e historiadora capixaba Maria Estela de Novaes. Percebendo sua paixão pela vida dos insetos, bichos e plantas, foi a grande incentivadora do jovem Ruschi em sua iniciação ao mundo das Ciências. A grande sensibilidade da mestra, aliada à sua lucidez e firme temperamento, foram os ingredientes básicos deste processo de iniciação científica que auxiliaram o jovem Gutti, como era chamado pelos íntimos. Gutti vivia pelas matas observando, desenhando e colecionando plantas, flores e animais, passando por até diversos dias em retornar. Por isso, muitas vezes foi dado como morto ou louco.Os livros aos quais Ruschi tinha acesso na época iam se tornando insuficientes e alguns até mesmo incorretos perante seus questionamentos e observações de campo. Em conseqüência, iniciou um intercâmbio com pesquisadores do Museu Nacional e do Jardim Botânico, enviando materiais coletados aos pesquisadores, em troca de bibliografias especializadas.Em determinada ocasião, enviou suas observações sobre uma praga dos laranjais que assolava a lavoura, descrevendo o ciclo de vida do bicho e solicitando maiores informações a respeito do assunto ao Museu Nacional. O responsável por esta área no Museu Nacional era o Professor Mello Leitão, que Passou as informações de Ruschi para o Professor Felippo Silvestre, cientista italiano e especialista que estudava formas de combater a praga que dizimava os laranjais de todo o mundo. As informações de Ruschi foram fundamentais para a solução dos problemas, pois entravam justamente na complementação de uma pesquisa mundial que se desenvolvia sobre o assunto, onde milhões de dólares foram investidos. Ruschi havia tido tempo suficiente para montar e observar mais de 500 caixas de lagartas, coisa que os laboratórios não haviam feito. Desta forma, ainda jovem, aos 12 anos, começou a se tornar conhecido e admirado por alguns cientistas do país.Despertado pela importante contribuição do jovem Ruschi, o Prof. Mello Leitão resolveu apadrinhá-lo, contribuindo para o seu aperfeiçoamento científico e para o desenvolvimento de suas pesquisas.Aos dezessete anos, Ruschi começou a trabalhar para o Museu Nacional e Jardim Botânico como coletor de materiais botânicos e zoológicos. Suas pesquisas foram fundamentais para o conhecimento da fauna e da flora da Mata Atlântica.Passou a residir na cidade do Rio de Janeiro e foi Professor da Universidade Federal do Brasil (atual UFRJ), em 1937, com apenas 22 anos. Neste período, Augusto Ruschi esteve sob orientação direta do Professor José Cândido Mello Leitão, um grande cientista brasileiro, principal especialista em aracnídeos a nível mundial. A metódica e fechada personalidade, aliadas ao impecável espírito científico do Professor Mello Leitão, tornava-o pessoa com poucos amigos, pois dedicava seu tempo integralmente à Ciência.Na sua estada no Rio de Janeiro, o jovem cientista tornou-se rapidamente amigo particular do mestre, com o qual frequentemente tinha longas conversas e trocas de informações. Orientado pelo Professor, Ruschi começou a devorar uma bibliografia que rapidamente era absorvida e mostrava-se insuficiente.Com sua sede de conhecimento, Ruschi não demorou muito em esgotar a sua permanência no Rio de Janeiro. Sua experiência de campo contestava em muito vários enunciados teóricos da literatura disponível. Por outro lado, aos colibris, seu maior interesse, muito pouco a ciência havia se dedicado.Sentiu que o trabalho de campo que realizava antes, nas matas virgens do Espírito Santo, era muito mais relevante para a ciência do que o trabalho nos laboratórios. Aproveitou, assim, a convalescença de uma grave doença, para retornar a sua terra natal.Gutti estendia a sua curiosidade e inteligência pelos mais diversos ramos . Naturalista, botânico, ornitólogo, topógrafo, bacharel em Direito, Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do Museu Nacional. Prestou serviços relevantes, também, ao Ministério da Agricultura, Ministério da Educação e Governo do Estado do Espírito Santo.Nos anos 40, assessorou a Secretaria de Agricultura do Espírito Santo, desenvolvendo uma política de preservação do meio ambiente. Como resultado deste trabalho, implantou diversas unidades de conservação.Para servir de suporte para a política estadual de meio ambiente e para suas pesquisas, fundou na “Chácara Anita” uma instituição científica em 26 de junho de 1949, na mesma data em que há 74 anos, italianos haviam colonizado o solo teresense. Denominou a instituição de Museu de Biologia Professor Mello Leitão, homenagem ao mestre. Para dar início às atividades científicas do Museu juntou todos os levantamentos que havia realizado até então e iniciou a publicação de seus trabalhos. Foram editados cerca de 400 números do Boletim do MBML. Lançou duas teses principais, uma sobre as Reservas Ecológicas, assunto pouco comum na época, e outra sobre o Desenvolvimento Agrícola Auto-sustentável em Florestas Tropicais.A tese de Ruschi sobre as Reservas, defendia estas como espaços de preservação que o mundo não poderia prescindir, por se constituírem em reservas genéticas de espécimes da natureza ameaçadas de extinção. Foi lançada num dos primeiros Congressos Florestais de âmbito internacional, em Roma, no ano de 1951, sendo muito bem recebida nos meios científicos internacionais, que passaram a difundi-la por toda a Europa. Assim, no início dessa década começaram a surgir Reservas Florestais por todo o mundo, como uma das mais importantes políticas de preservação do meio ambiente.Ruschi também iniciou a discussão sobre os efeitos poluidores de agrotóxicos sobre os ecossistemas. Após a Segunda Guerra Mundial, veio a necessidade de intensificar a produção de alimentos, com a utilização de adubos químicos e um controle sobre as pragas. Ruschi passou a observar a morte dos pássaros e insetos após a pulverização com agrotóxicos e outros efeitos provenientes do envenenamento da natureza. Publicou vários trabalhos sobre o assunto, sendo um dos primeiros a denunciar para a sociedade os perigos do DDT.Augusto Ruschi publicou mais de 450 trabalhos científicos e obras de grande importância, como Aves do Brasil e Beija-Flores do Espírito Santo, livros sobre orquídeas, beija-flores, morcegos, macacos, aves e trabalhos com propostas de solução para problemas ambientais de diversas regiões do país.Sua grande paixão e seus mais importantes trabalhos científicos foram sobre os beija-flores, as orquídeas e demais plantas polinizadas por estes pássaros. Não existia nenhuma bibliografia sobre os beija-flores e Augusto Ruschi passou a dedicar a sua vida ao levantamento de dados científicos sobre esta família de aves. Foi o primeiro no mundo a reproduzi-los e em cativeiro, e domesticá-los. Ficou internacionalmente conhecido por estas pesquisas, se transformando na grande referência mundial sobre beija-flores.Para suas pesquisas realizou 259 excursões científicas por todos os lugares do mundo, da Patagônia ao Alasca, sempre registrando em publicações repletas de fotografias e slides, todas as suas observações sobre a natureza, os animais e as plantas, seus amigos inseparáveis.Em suas andanças pelas florestas, Ruschi testemunhava as agressões que estas sofriam. A teimosia das pessoas em continuar a destruir o meio ambiente, sabendo que iriam inviabilizar a vida no planeta se dessem contra estes loucos. Fazia qualquer coisa para impedir a destruição. Dizia que se as matas fossem destruídas morreria de tristeza.“Cortam as matas ignorando tudo o que está dentro. Ninguém quer saber que lá têm milhares de animais, centenas de milhares de espécies de insetos, de plantas, que fazem o seu equilíbrio. E o equilíbrio natural é complexo, onde às vezes a ausência de um elemento pode causar uma falha muito grande. O homem é que perturba e desequilibra”, dizia.A indignação dele aumentava à medida em que aprofundava o assunto. Enfrentava autoridades, empresas e até a própria justiça para defender as matas virgens e as reservas ecológicas.Transformou-se em mito nacional ao enfrentar corajosamente, em 1977, o Governador do Estado do Espírito Santo. Este baixara um decreto determinando que na Reserva de Santa Lúcia fosse implantada uma fábrica de palmitos enlatados, que seriam extraídos da própria reserva. Logo em Santa Lúcia, uma Estação Biológica do Museu Nacional, com milhares de orquídeas catalogadas e 20 mil árvores numeradas com plaquetas de identificação, reconhecida como uma das regiões mais ricas do mundo em flora epífita, trabalhada por Ruschi durante mais de 40 anos sem permitir que se cortasse um galho de árvore ou fosse retirada uma planta.Ruschi recebeu os fiscais do governo, que vieram fazer a topografia da reserva com uma espingarda na mão, bradando: Aqui não. Se passar daí, ficam definitivamente no chão. Em defesa da natureza eu sou capaz de matar ou morrer”. De nada adiantaram os argumentos dos assustados fiscais. Ruschi mandou-os de volta ao Governador com o seguinte recado: “Podem voltar diretamente para o Palácio e avisem ao governador que ou ele muda de idéia, ou amanhã cedo eu vou lá matar ele pessoalmente, no Palácio”.O governador avisou a Polícia Federal e Ruschi, a imprensa nacional e internacional.A pequena cidade de Santa Teresa foi invadida por jornalistas, que divulgaram para todo o país um dramático e realista apelo de Ruschi pela preservação da Reserva. Começaram a chegar centenas de manifestações de apoio, vindas de todo o mundo, e o Governador, diante de tamanha repercussão, recuou nas intenções : a Reserva de Santa Lúcia foi salva da ameaça de destruição . Foi neste momento que a obra de Ruschi saiu dos livros, da pesquisa de campo e dos trabalhos científico e ganhou corpo e forma a nível da opinião pública nacional , transformando-o num símbolo contra as agressões ao meio ambiente .Conseguiu ,por várias vezes, evitar que grandes áreas florestais fossem devastadas, e dizia que no tempo que lhe restasse de vida continuaria o mesmo, defendendo a floresta brasileira e brigando por ela, porque sabia que assim também estava defendendo a humanidade.O governador avisou a Polícia Federal e Ruschi, a imprensa nacional e internacional.A pequena cidade de Santa Teresa foi invadida por jornalistas, que divulgaram para todo o país um dramático e realista apelo de Ruschi pela preservação da Reserva. Começaram a chegar centenas de manifestações de apoio, vindas de todo o mundo, e o Governador, diante de tamanha repercussão, recuou nas intenções : a Reserva de Santa Lúcia foi salva da ameaça de destruição . Foi neste momento que a obra de Ruschi saiu dos livros, da pesquisa de campo e dos trabalhos científico e ganhou corpo e forma a nível da opinião pública nacional , transformando-o num símbolo contra as agressões ao meio ambiente. Conseguiu ,por várias vezes, evitar que grandes áreas florestais fossem devastadas, e dizia que no tempo que lhe restasse de vida continuaria o mesmo, defendendo a floresta brasileira e brigando por ela, porque sabia que assim também estava defendendo a humanidade.Ruschi foi uma das poucas vozes que se ergueram no período do Governo Militar para denunciar a derrubada de áreas na Amazônia, que ele considerava o maior crime que se cometia contra a vida no planeta, assim como os equívocos no projeto de ocupação desta região.A história de Augusto Ruschi, sua trajetória e polêmicas, não se fariam contar, caso não houvessem existido seus grandes interlocutores e amigos. Entre os principais estão Assis Chateubriandt, Mr. Crawford Greenwalt, Etiene Beraut, Fernando Lee, Louis Marden, Dr. Rebouças, Otacílio Coser, Dr. Carlos Teixeira de Campos, Anibal Moutinho, John Helal, Rubem Braga, Carlos Drumond de Andrade, Cândido Firmino de Mello Leitão, Aluísio de Mello Leitão, Konrad Lorenz, Jacques Vieillard. A vida de cada um desses homens foram povoadas de grandes feitos, histórias, descobertas, ou atitudes de grande valor ético e pessoal.Juntos estes homens transformaram uma boa parte da história e cultura da civilização humana do século XX. Criaram novas ciências ou foram pioneiros de suas idéias como a agroecologia, bioacústica e etologia, despertaram o ambientalismo no mundo, lançaram a semente da proteção mundial da biodiversidade mundial e especialmente a brasileira, modificaram multinacionais, leis, aperfeiçoaram a vida do homem, e acima de tudo, encantaram multidões com suas histórias, fotos, ou sábios conselhos para o presente e o futuro. Augusto Ruschi foi o amigo de todos eles, que como um mago contador de histórias encantou-os deliciando-os com uma mensagem de grande poder e sabedoria que era a proteção à natureza. Esta idéia os uniu em torno de uma ONG presidida por Augusto Ruschi e Assis Chateubriandt, a Sociedade dos Amigos dos Beija Flores, com sede na própria casa do Assis. Reuniam-se mensalmente na Casa Amarela, em São Paulo e planejaram vários atos de interferência na vida política nacional com finalidades preservacionistas e às vezes, revolucionárias.Também foi um defensor da cultura e dos direitos das minorias indígenas, que ele conheceu bem de perto nas suas andanças pelas florestas, pelo afluentes do Amazonas, pelos Andes e pelos vales do Peru e da Colômbia. Ruschi conviveu com centenas de tribos indígenas. Ele observou que os índios que habitavam, há milhares de anos, a região, são depositários de um conhecimento sobre a natureza que não tem registro científico. Eles detêm a memória cultural da utilização da flora e da fauna na cura de enfermidades e em aplicações cotidianas.Foi abraçando a cultura indígena que Ruschi sensibilizou novamente o país, no ano de 1986. Gravemente enfermo devido a seqüelas deixadas por doenças como esquistossomose e malária, que contraiu durante suas pesquisas pelas florestas, e abatido pelo veneno de sapos dendrobatas que tinha sido absorvido pelo seu organismo anos atrás durante uma coleta de material no Amapá, Ruschi resolveu submeter-se a um ritual indígena na esperança de que esta medicina, baseada em ervas e raízes, o ajudasse a enfrentar a doença. Já havia se submetido a todos os tratamentos médicos convencionais.A pajelança aconteceu na Parque da Cidade, uma reserva florestal da Zona Sul do Rio de Janeiro e começou na manhã de 23 de janeiro de 1986. O Cacique Raoni e o Pajé Sapaim fizeram o ritual munidos de um arsenal de plantas trazidas especialmente da Amazônia. Num recinto fechado, tragavam cigarros de folhas que produziam uma fumaça espessa, que expiravam sobre o cientista, intercalando com cantos indígenas. O cacique e o pajé massageavam o corpo de Ruschi com um ungüento preparado a partir de frutas e, após alguns minutos, exibiram nas mãos uma gosma, primeiro branca, depois esverdeada segundo depoimento das poucas pessoas que assistiram ao tenso ritual.A mídia nacional e internacional explorou essa situação. O país ficou impressionado com o diálogo de Ruschi com o cacique Raoni, da Tribo Txuacarramãe, e com o Pajé Sapaim, dos Camiurá, sobre plantas medicinais e métodos de tratamento, assim como o ritual que ficou conhecido nacionalmente como “pajelança”.Em todos os seus anos de luta ecológica, Ruschi ainda não experimentara tamanha notoriedade. Ficou no centro das atenções nacionais por mais de uma semana, uma audiência bem maior do que a obtida quando enfrentou o Governador do Espírito Santo ou quando conseguiu o tombamento das matas de Santa Lúcia, neste mesmo Estado.O episódio da pajelança serviu para que a imagem de Ruschi fosse amplamente divulgada junto a todas as camadas da população brasileira, assim como a grandiosidade e o pioneirismo de sua obra.Ruschi morreu pouco depois, de cirrose hepática, com o fígado irremediavelmente comprometido devido às doenças que adquirira nas suas pesquisas pelas florestas, e vírus de hepatite B e C. Não foi encontrado no cientista nenhum traço do veneno de sapos ou de outros animais. Atendendo a um desejo seu foi enterrado nas matas da Reserva Biólogica de Santa Lúcia . Coincidentemente, foi enterrado no dia 05 de junho de 1986,no Dia Mundial do Meio Ambiente. Falava da esperança que tinha de que os beija-flores o conduzissem ao reino de Deus.Homem da floresta, conservacionista apaixonado, cientista prestigiado internacionalmente, Ruschi preocupava-se com a continuidade de sua obra. Pensando nisso, doou o Museu de Biologia Mello Leitão e a Reserva de Santa Lúcia, à Fundação Nacional Pró-Memória, e os direitos autorais de sua obra literária, manuscritos e arquivo de fotos ao único filho que seguiu a carreira científica.Augusto Ruschi morreu convencido de que a única esperança de sobrevivência para a humanidade era o homem mudar radicalmente a sua relação com o meio ambiente. Segundo ele, todo o esforço de nada adianta se não houver conscientização da importância da conservação da natureza entre as crianças de hoje : “Não se ensina Ecologia nas escolas brasileiras embora haja uma lei que a tornou matéria obrigatória. Enquanto não se formar a criançada ma direção certa, o futuro da natureza do Brasil continuará ameaçado.”Sua luta continua com André Ruschi, que o acompanhou durante anos, absorvendo os ensinamentos, sabedoria e dinâmica filosófica deste grande cientista.. André vem dando continuidade à obra de seu pai, pesquisando e elaborando teorias e metodologias sobre Educação Ambiental com crianças, projeto desenvolvido pela Estação Biologia Marinha Ruschi, uma instituição de pesquisas criada por Ruschi em 1970. No trabalho de André Ruschi está compreendida a essência do trabalho de Augusto Ruschi : um profundo amor pela natureza,, a pesquisa desenvolvida no campo e a necessidade de contribuir para a mudança indispensável à sobrevivência da vida no planeta.Para André Ruschi, este é o momento da mudança. Pela primeira vez temos que nos defrontar com a real ameaça de extinção da raça humana e de toda a vida do planeta. Por isso, as pessoas estão se reunindo para decidir o quer fazer em relação à questão ambiental. O momento do fim está se aproximando com velocidade. Existem vários fins previstos : vão acabar as matérias primas, os adubos químicos, os combustíveis fósseis e as reservas naturais. Convivemos com a loucura nuclear, o envenenamento do ambiente, a contaminação do lixo, a fome desesperadora, devorando o próprio sistema social da humanidade. O mundo está entrando em convulsão. Daí a importância de mudarmos a relação do homem com o seu meio ambiente, através do trabalho com as crianças, que são a renovação da vida humana e do planeta.Em 1987, André escreveu para o deputado constituinte Fábio Feldmann a proposta de Capítulo de Meio Ambiente da constituição Federal, Art. 225, que veio a ser aprovada e promulgada em 1988.Em 2000, 2001 e 2002, nas inúmeras participações nas plenárias Nacionais de Saúde, André apresentou as propostas de aprovação de inclusão no SUS das terapias alternativas: fitoterapia, homeopatia, massoterapia, acupuntura, entre várias outras aprovadas a nível nacional.Augusto e André Ruschi são uma referência para todos aqueles que se propõem a contribuir para a revolução cultural que está por acontecer e que poderá evitar o colapso da vida na Terra. Através de uma nova ética ecológica, construída a partir da Educação Ambiental.Existem saídas e elas estão ao alcance de nossa inteligência e sensibilidade. Existem homens que sabem quais são estas saídas e se propõem a transmitir e intercambiar estes conhecimentos.Pessoas que conhecem a terra e a natureza porque vivem em contato com estas, pesquisando no campo, percebendo novas formas de conhecimento e agentes de uma dinamização social equilibrada.A história, as idéias e a filosofia de Augusto Ruschi são oportunamente lembradas como um compromisso na alma daqueles que compreenderam o espírito de toda a sua luta, porque: “O número de homens na terra não será determinado pelas leis do homem, mas sim pelas leis da natureza.”“Certa gente vai responder-me: No momento chegado o homem saberá crear novas fontes de alimentação. Que sabeis disto e que sabeis do momento ?”
“Alguns me dirão ainda: Depois de nós o dilúvio!!! Certamente, exatamente o dilúvio. E é justamente porque pode ser previsto que nós pedimos aos outros que nos ajudem a evitá-lo .” Augusto Ruschi PAZ E AMOR A TODOS OS SERES PROJETO ARCA DE NOÉ - Santa Cruz , 30 de setembro de 1997


Fonte: André Ruschi, retirado do site oficial http://www.augustoruschi.com.br