sábado, 11 de agosto de 2007

Fedor do Gaia x Turismo

Uma indústria poluente não combina com uma cidade onde o turismo é tido como um grande potencial econômico. Este seria um raciocínio lógico, mas em Sabará a Indústria de Sub-Produtos Animais, instalada em 20 mil metros quadrados de área cedida pelo município há cerca de 30 anos atrás, continua lançando gases poluentes na atmosfera e resíduos gordurosos no ribeirão Gaia. A sabedoria popular, que já tentou várias vezes acabar com o terrível mau-cheiro exalado pela indústria, refere-se à situação como Fedor do Gaia.
Na segunda quinzena de fevereiro de 1975, o jornal A Gazeta Sabarense abordava o mesmo assunto. “Hoje sugeria o jornal a opinião pública merece ser pesquisada, depois que se implantou uma pequena fábrica de fertilizantes no bairro do Gaia. A nova indústria continua a Gazeta-, utiliza matéria orgânica em decomposição e o processo de seu aproveitamento industrial liberta na atmosfera gases não muito agradáveis ao olfato humano, que o vento se encarrega de espalhar sobre toda a cidade”. O jornal vai mais adiante, informando que “tão logo os primeiros caminhões transportadores de material cruzaram as principais ruas da cidade, uma nova atmosfera se fixou. Com o início das atividades industriais, ela se tornou mais densa”.
Estamos em 2007, e a situação não mudou. O Fedor do Gaia continua aí, jogando para fora seus gases e resíduos, piorando inexplicavelmente em ocasiões especiais, como o Natal, Ano Novo, Semana Santa, Carnaval e outras celebrações que atraem turistas. O transporte da matéria orgânica em decomposição ossos e carnes, principalmente-, não obedece a um critério rígido. Quando o problema vem à tona, melhora. Quando o sabarense esquece o assunto, os caminhões exalam todo o mau-cheiro de sua carga, incluindo um líquido escuro de cheiro insuportável que escorre pelas ruas. O Regional já flagrou a empresa recolhendo sub-produtos em Lagoa Santa, usando veículos frigoríficos, mas a mesma carga chega a Sabará em caminhões inadequados, derramando fedor pelo trajeto. Isto é mais do que descaso, é uma ofensa à população de Sabará.
O Regional Notícias acha que é hora de repetir a sugestão dada pela Gazeta em 1975. Ouvir a opinião pública sobre o fedor do Gaia e mostrar até que ponto a Subprodutos Animais ainda pode ser suportada numa cidade que busca intensificar a exploração do turismo como forma de melhorar as condições de vida da população. O resultado da pesquisa estará na próxima edição.

Publicado no Regional Notícias no dia 18/07/2007.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa Tarde, sou Jorge Fernando do bairro Ana Lúcia. Gostaria de ver
a opinião do Secretário de Turismo de Sabará sobre o assunto. Fui no Festival do Ora-pro-nobis do Pompéu este ano e ao passar pelo Fedor do Gaia tive uma péssima impressão. Você vai para degustar um prato saboroso, mas antes de chegar ao local acaba passando mal.
Tive crise de vômitos por causa do Fedor e acabei não apreciando o festival. Espero que a situação mude e o próximo prefeito (rezamos para o atual não ser reeleito) consiga aplicar multas ambientais
pesadas contra esta empresa que poluí tanto o meio ambiente.