terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Nossa mensagem de Natal


Mais uma chance à paz

Fim de ano é um “pega pra capar”, queremos resolver tudo na última hora. Dezembro torna-se o gargalo de tudo, onde todos têm a preocupação coletiva de se livrarem das mazelas, contendas, infortúnios, pecados e ficarem de bem com Deus.
Até 25 de Dezembro tudo deve estar impreterivelmente tranqüilo, arejado e alegre. Se possível, em todos os lares. Para tantos, Dezembro significa uma corrida desenfreada para as compras de Natal. Somam-se as preocupações e as dívidas, a reforma da casa, a troca dos móveis, a compra de um carro ou de um novo carro e as intermináveis festas de fim de ano.
É preciso uma árvore de Natal com bolinhas e luzinhas que se revezem num frenético pisca-pisca. Para a ceia é imperativo que haja assados, massas, bebidas etílicas, espumantes, castanhas e doces, enfim, uma mesa farta, pelo menos nesse dia.
Um presente para os filhos, para a esposa, outro para sogra e mais outro para o amigo-oculto. Momento oportuno para aproveitar que as crianças ainda acreditam em Papai Noel, e por que não sê-lo nesse dia?
Saber que estamos mais felizes do que ontem por alguns instantes. Ter a certeza que a violência deu-nos de presente uma trégua de segundos. Que nesse dia o homem minimizou poucos graus no aquecimento global e que todos os povos, mais uma vez deram uma chance à paz.

Texto de Sérgio Pacheco

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A Lenda do Pequi

A lenda do pequi é a nossa homenagem ao Festival do Pequi de Montes Claros.

A Lenda do Pequi

Conta-se quando o derradeiro quilombo foi encontrado, houve uma carnificina sem precedentes de crianças, jovens e velhos. Aqueles que conseguiram fugir, foram implacavelmente perseguidos e sumariamente executados. Naquela noite, somente uma jovem escrava grávida conseguiu furar o cerco, escapando da chacina, tomando rumo ignorado pelo serrado. Ela andou dias e noites sem comer, sem beber e sem dormir vindo a falecer sob a sombra de uma frondosa árvore de galhos fortes, fartos de folhas, porém estéril.

O corpo esquálido e jazido daquela mulher se decompôs, transformou-se em húmus e sal da terra, fazendo-se fertilidade àquela árvore. Desde então, flores da cor do sol brotavam naquele tronco robusto, transformando em frutos redondos e verdes, de segurar com as duas mãos. Frutos estes quando partidos, revelava uma polpa amarelo ouro, em forma de embrião, com aroma indizível e inconfundível paladar. Assim, os nativos do cerrado deram o nome a este fruto de pequi.

Hoje, conhecidos por pequizeiros todas as árvores mães que geram estes frutos em abundância, garantido sustâncias a quem tem fome e sede, descanso a quem tanto labuta, restaura a virilidade dos homens e dá vida longa às mulheres que um dia deram a luz.

Por Sérgio Pacheco
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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Sequóia - a maior árvore do mundo

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A sequóia é um gênero da família Cupressaceae (alguns autores podem ainda classificá-la na família das Taxodiaceae, que entretanto, foi substancialmente alterada, após novos dados filogenéticos). Contendo apenas uma única espécie viva, a Sequoia sempervirens. É uma conífera nativa da América do Norte, especialmente no lado oeste dos Estados Unidos. O nome Sequoia também é usado como um termo comum para a subfamília Sequoioideae na qual este gênero é classificado junto com a Sequoiadendron (Sequoia Gigante) e a Metasequoia.

Sem dúvida, o grande destaque para esta espécie se deve ao seu porte. Uma sequóia pode viver por milênios, e ao final deste tempo ultrapassar os 100 metros de altura, e algumas dezenas de circunferência à altura do peito. Ela chega a uma altura superior a da Sequóia gigante. Alguns indivíduos nos Estados Unidos possuem troncos de cor avermelhada, tão robustos que pôde-se escavar túneis para a passagem de carros em suas bases. Outra característica da espécie, além do porte, é o tamanho relativamente curto de seus ramos laterais, concentrados na região apical da árvore, e as folhas estreitas distribuídas disticamente no ápice dos ramos.

Tem sido plantada na região Sul do Brasil, principalmente para fins ornamentais.

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A Sequóia gigante é a maior árvore do mundo em termos de volume. Ela cresce em média 50-85 m e 5-7 m em diâmetro. A Sequóia gigante mais velha conhecida possui 3.200 anos de idade (datada pelo método Dendrocronologia). Medidas recordes de sequóias como 115 m de altura e 8 m de diâmetro já foram reportadas. A casca da sequóia é fibrosa, com sulcos, podendo chegar a 60 cm de grossura na base do tronco. Uma casca assim fornece uma excelente proteção contra fogo. As folhas são como as folhas dos pinheiros, com 3-6 mm, fazendo uma espiral nos brotos. As sementes vêm em cones, e cada cone têm em média 230 sementes de cor marrom-escura, cada uma com 4-5 mm de altura e 1 mm de espessura, possuindo umas "asinhas" marrom-amarelas de 1 mm. As sementes são carregadas pelo vento quando se desprendem do cone. É considerada um fóssil vivo. Tem sido plantada no Brasil para fins ornamentais e de adaptação da espécie, já que em seu lugar de origem vem sendo destruída.

Aqüífero Guarani

O Aqüífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo. Está localizado na região centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste e ocupa uma área de 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil (840.000l Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina (255.000 Km²).

Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

Localização do Aqüífero Guarani

Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea é formado por derrames de basalto ocorridos nos Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior (entre 200 e 132 milhões de anos).  É constituído pelos sedimentos arenosos da Formação Pirambóia na Base (Formação Buena Vista na Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo (Missiones no Paraguai, Tacuarembó no Uruguai e na Argentina).

A espessura total do aqüífero varia de valores superiores a 800 metros até a ausência completa de espessura em áreas internas da bacia. Considerando uma espessura média aqüífera de 250 metros e porosidade efetiva de 15%, estima-se que as reservas permanentes do aqüífero (água acumulada ao longo do tempo) sejam da ordem de 45.000 Km³.

O  Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva estratégica para o abastecimento da população, para o desenvolvimento das atividades econômicas e do lazer.

Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160 Km³/ano, sendo que desta, 40 Km³/ano constitui o potencial explotável sem riscos para o sistema aqüífero.

As águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos, sendo que em sua porção confinada, os poços tem cerca de 1.500 m de profundidade e podem produzir vazões superiores a 700 m³/h.

Conheça Melhor o Aquífero Guarani

Uma Bacia Gigantesca*

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Além do Guarani, sob a superfície de São Paulo, há outro reservatório, chamado Aqüífero Bauru, que se formou mais tarde. Ele é muito menor, mas tem capacidade suficiente para suprir as necessidades de fazendas e pequenas cidades.

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Nas margens do aqüífero, a erosão expõe pedaços do arenito. São os chamados afloramentos. É por aqui que a chuva entra e também por onde a contaminação pode acontecer.

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O líquido escorre muito devagar pelos poros da pedra e leva décadas para caminhar algumas centenas de metros. Enquanto desce, ele é filtrado. Quando chega aqui está limpinho.

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A cada 100 metros de profundidade, a temperatura do solo sobe 3 graus Celsius. Assim, a água lá do fundo fica aquecida. Neste ponto ela está a 50 graus.

* Figuras e Textos Extraídos da Revista Super Interessante nº 07 ano 13

Perfil do Aqüífero Guarani

a partir da Área de Recarga

No Estado de São Paulo, o Guarani é explorado por mais de 1000 poços e ocorre numa faixa no sentido sudoeste-nordeste. Sua área de recarga ocupa cerca de 17.000 Km² onde se encontram a maior parte dos poços. Esta área é a mais vulnerável e deve ser objeto de programas de planejamento e gestão ambiental permanentes para se evitar a contaminação da água subterrânea e sobrexplotação do aqüífero com o consequente rebaixamento do lençol freático e o impacto nos corpos d'água superficiais.

Legenda:

LOCALIZAÇÃO DO
PERFIL NA ÁREA

Fonte:

Estudo Hidroquímico e Isotópico das Águas subterrâneas do Aqüífero Botucatu no Estado de São Paulo - 1983

Aqüífero Bauru

Aqüífero Serra Geral (basalto)

Aqüífero Botucatu

Substrato do Aqüífero
( Grupos Passa Dois e Tubarão)

Poço e Código de Referência

– – –

Nível Potenciométrico
do Aqüífero Botucatu

Direções de Fluxo d'água
no Aqüífero Botucatu

Nota explicativa: Perfil elaborado com base em dados de poços de água (D.A.E.E.)  e poços de pesquisa de petróleo (Petrobrás e Paulipetro)

Rosa B.G. da Silva

A combinação da qualidade da água ser, regra geral, adequada para consumo humano, com o fato do aqüífero apresentar boa proteção contra os agentes de poluição que afetam rapidamente as águas dos rios e outros mananciais de água de superfície, aliado ao fato de haver uma possibilidade de captação nos locais onde ocorrem as demandas e serem grandes as suas reservas de água, faz com que o Aqüífero Guarani seja o manancial mais econômico, social e flexível para abastecimento do consumo humano na área.

Por ser um aquífero de extensão continental com característica confinada, muitas vezes jorrante, sua dinâmica ainda é pouco conhecida, necessitando maiores estudos para seu entendimento, de forma a possibilitar uma utilização mais racional e o estabelecimento de estratégias de preservação mais eficientes.

Uma Reserva para o Futuro*


Afloramentos
Para impedir a contaminação pelo derrame de agrotóxicos, um dia a agricultura que utiliza fertilizantes e pesticidas poderá ser proibida nestas regiões.


Aquecimento
Em regiões onde o aqüífero é profundo, as fazendas poderão aproveitar a água naturalmente quente para combater geadas. Ou para reduzir o consumo de energia elétrica em chuveiros e aquecedores.


Irrigação
Usar água tão boa para regar plantas é um desperdício. Mas, segundo os geólogos, essa pode ser a única solução para lavoura em áreas em risco de desertificação, como o sul de Goiás e o oeste do Rio Grande do Sul.


Aqueduto
Transportar líquido a grandes distâncias é caro e acarreta perdas imensas por vazamento. Mas, para a cidade de São Paulo, que despeja 90% de seus esgotos nos rios, sem tratamento nenhum, o Guarani poderá, um dia, ser a única fonte.

* Figuras e Textos Extraídos da Revista Super Interessante nº 07 ano 13

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Síndrome de Nero

palito_fósforo     Nero se deliciava tocando arpa, enquanto Roma crepitava em chamas, diante de seus olhos.

   Questionamos a todo o momento, como devem se sentir esses bárbaros e covardes, que estão provocando queimadas em nosso município e por todo este país.

Seria por capricho de um protesto ou simplesmente por descuido ou brincadeira?

Seria por um lapso de insanidade ou por uma insatisfação consigo mesmo?

   Haja vista, que os incendiários existem desde a descoberta do fogo, nos rituais da fogueira santa, etc.

Nos dias de hoje este ato se repete em versões diferentes, apenas por um palito de fósforo e cigarros acessos ou por mera fagulha numa faxina de quintal. Até então nenhuma destas hipóteses são descartadas, pois na maioria das vezes tais incêndios têm o dedo do bicho homem.

   Há uma remota possibilidade de combustões espontâneas, já que as queimadas tornaram-se práticas abusivas em nosso município nos tempos de estio.

Queimadas que iniciaram no Bairro Cabral e devastaram mais de 50% da Chácara do Lessa, reserva ambiental recentemente revitalizada e aberta ao público.

Crime que será lembrado como exemplo de estupidez e falta de educação ambiental, noticiado nas rádios e televisões.

    Durante as queimadas estima-se que milhares de vidas são dizimadas por m², eliminamos sumariamente toda biodiversidade e destruindo os habitat's, poluindo e comprometendo severamente a qualidade de ar e a saúde de tudo que respira.

    Enfim, a degradação ambiental provocada pela prática das queimadas, torna-se responsabilidade de todos.

É triste e vergonhoso dizer que os justos acabam pagando pelos pecadores, enquanto o protagonista de toda a tragédia assiste a tudo sem o mínimo remorso.

Realidade que não poupa nem mesmo os povos mais civilizados e conscientizados do planeta. Em se tratando de impacto ambiental, as queimadas só perdem para a bomba atômica.

   Enquanto houver Neros soltos por aí, o que nos resta é lamentarmos ou renascermos das cinzas.

Sérgio Pacheco

Fogo consome mais de 50% da Chácara do Lessa

 

O Parque Natural Municipal Chácara do Lessa, de 130 hectares, está sendo devastado pelo fogo desde terça-feira, dia 2 de outubro. Funcionários da reserva e bombeiros da cidade estão tentando controlar os vários focos de incêndio.

O guia de turismo da chácara, Klayson Angelis, disse que os focos começaram na terça-feira pela manhã do lado do bairro Cabral e os cinco funcionários da reserva não deram conta de controlar o fogo. Segundo Klayson mais de 50% da Chácara já foi queimada e há 25 funcionários do Meio Ambiente junto com os bombeiros de Sabará trabalhando no combate ao fogo e esperando o reforço dos bombeiros de Belo Horizonte. Ele ressaltou ainda a falta de estrutura para esse tipo de situação e a possível causa da queimada. “Temos uma necessidade enorme de criação de uma brigada de incêndio aqui dentro do parque. É bem possível também que a causa do primeiro foco tenha sido “guimba” de cigarro”.

O fogo se alastrou rapidamente com os fortes ventos. O Sargento do Corpo de Bombeiros de Sabará, Leopoldo Castelnovo, pediu reforço aos Bombeiros de Belo Horizonte mas até a manhã de quinta-feira, data de fechamento dessa edição, eles não haviam chegado. Segundo o Sargento, a situação é grave porque são vários os focos de incêndio em lugares de difícil acesso, além da quantidade de homens trabalhando ser insuficiente. O sargento salientou que durante a noite os bombeiros interrompem os trabalhos devido às dificuldades. “Há muito animal peçonhento que coloca em risco a integridade física dos homens e, se não há problemas para as residências próximas à reserva, nós encerramos as atividades retornando pela manhã”.

Moradora da região da Terra Santa, área próxima à Chácara do Lessa, Conceição Rodrigues Cardoso, de 55 anos, está muito chateada em ver a mata sendo destruída pelo fogo. “Moro aqui há 30 anos e nunca vi nenhuma queimada nessas proporções, nem mesmo quando eu era criança”, lamenta.

sábado, 6 de outubro de 2007

ONGs propõem "desmatamento zero" na Amazônia em 7 anos

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Ambientalistas de nove organizações não-governamentais lançaram uma proposta nesta quarta-feira em Brasília para acabar com o desmatamento na Amazônia em sete anos.

A iniciativa, chamada Pacto Nacional pela Valorização na Amazônia, prevê metas progressivas de redução, a começar por 25% no primeiro e no segundo anos, e ampliando anualmente as reduções em relação à área desmatada de 2005/2006, até eliminar totalmente o problema no sétimo ano.

O plano foi apresentado numa sessão da Câmara de Deputados, na qual estavam presentes a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e autoridades dos Estados amazônicos, incluindo o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi.

O coordenador de projetos da ONG Imazon, Paulo Barreto, diz que a proposta tem mais chance de ir adiante do que outras que não saíram do papel porque "inova" ao prever mecanismos de compensação econômica para quem se beneficia do desmatamento.

"O sucesso vai depender da parte econômica da equação, da rapidez e da escala em que vamos conseguir implementá-los. Se [os que ganham com os desmatamento] tiverem alguma compensação, eles vão aderir à idéia."

Um dos mecanismos mais simples, segundo ele, seria oferecer ao dono de uma área que ainda tem direito a desmatar uma parte dela os R$ 100 por hectare/ano que ele ganharia ao derrubar a floresta.

Para que esses mecanismos fossem adotados de forma eficaz, seria preciso firmar um contrato com o proprietário e adotar uma fiscalização extensiva, por meio de acompanhamento por satélite.

A Imazon e as outras ONGs que apóiam a proposta estimam que financiar esses mecanismos e a infra-estrutura inicial para implementá-los exigiriam R$ 1 bilhão por ano, que poderiam ser pagos pelo governo e pela iniciativa privada.

 

Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Floresta esverdeia mesmo sem receber chuva na Amazônia

O sistema antiestresse da floresta amazônica, pelo menos na severa seca de 2005, funcionou melhor do que o esperado. Na edição de hoje da revista científica "Science", pesquisadores mostram como a região, mesmo sem água, registrou um rebrotamento de suas plantas em muitas áreas.

A chuva sumiu, mas mesmo assim a Amazônia ficou mais verde --e não mais seca, como os modelos previam-- depois da pior estiagem em 60 anos.

 

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Rebrotamento de plantas na Amazônia mostra alta capacidade antiestresse do ambiente

"O ecossistema não se mostrou negativamente reativo ao estresse hídrico", afirma em língua de cientista Humberto da Rocha, do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP (Universidade de São Paulo). Ele é um dos autores do artigo.

Entre as várias condicionantes que agem sobre a floresta, o estímulo dado pelo calor e pela radiação acabou sendo mais forte do que a falta d'água. "Isso sugere que a reação ao estresse hídrico pode ser muito menor que pensávamos", diz Rocha.

Mas a aparente boa notícia não é suficiente para espantar o fantasma da savanização de boa parte da região amazônica, caso o aquecimento médio da temperatura na região seja mais constante.

"O evento de rebrota ocorreu em apenas um período de escassez intensa. Não sabemos o que ocorreria se isso fosse repetido no segundo ano" explica.

Mesmo que as plantas amazônicas sejam preparadas para a falta de água da chuva --algumas espécies, ajudadas por um tipo de solo que retém bastante água, conseguem captar líquido a até 10 metros de profundidade, sem prejuízo vital-- tudo acaba tendo um limite.

Segundo Rocha, é bem possível que, no passado, talvez em ciclos seculares, a Amazônia tenha passado por secas semelhantes. Mas o problema, daqui para a frente, é ela ser atingida por fenômenos tão intensos quanto o de 2005 em intervalos de tempo muito mais curtos.

"Secas sucessivas podem fazer com que o reservatório disponível [no solo] se esgote. O mesmo deve ocorrer, e isso os modelos já mostram, com uma estação seca mais prolongada e quente. A demanda aumentaria e o estoque de água chegaria mais rápido ao seu limite."

Seja por um caminho ou pelo outro, a hipótese de uma transformação da estrutura da comunidade vegetal, migrando de floresta para uma típica savana, fica bem robusta.

Os cientistas ainda não sabem, no entanto, se o esverdeamento após a seca foi apenas "cosmético" ou se ele correspondeu a uma maior assimilação de carbono (pela fotossíntese) na forma de troncos e raízes, ou seja, se as árvores de fato "engordaram" no período.

"Nada garante que a assimilação de carbono pelas plantas tenha aumentado, ou mesmo se mantido, naqueles meses de seca ou mesmo nos períodos seguintes ao evento climático."

Essa falta de fixação de carbono também enfraquece todo o ecossistema, que ficará bem mais vulnerável ao clima caso as secas amazônicas passem a ser mais constantes.

 

Fonte: Eduardo Geraque da Folha de São Paulo

Aumento de 200% no desmate em MT será investigado, diz Marina Silva

O aumento de 200% no desmatamento em Mato Grosso nos meses de maio, junho e julho deste ano, em relação ao mesmo período de 2006, já preocupa a ministra Marina Silva.

"Claro que preocupa, mas foi um repique que geralmente ocorre. Porém, em 12 meses, a queda no desmatamento no Estado foi de 59% em relação ao mesmo período anterior", disse ontem a ministra do Meio Ambiente em São Paulo, durante evento promovido pela revista "Carta Capital".

Marina anunciou que medidas serão tomadas para saber o que está ocorrendo no Estado.

"Vamos orientar nossas equipes de fiscalização a partir desses dados. As causas do problema serão analisadas pelos governos federal e de MT."

O aumento do desmate, mostrou a Folha ontem, foi detectado por um sistema de monitoramento feito por ONGs.

 

Fonte: Eduardo Geraque da Folha de São Paulo

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Tempo seco e descuido podem provocar queimadas

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Na tarde da última quarta-feira, dia 22, um pequeno incêndio na mata da rua Serafim Motta Barros, no Centro, deixou os Bombeiros em alerta. O Cabo Carlos Augusto, do Corpo de Bombeiros de Sabará, diz que o descuido e a ignorância podem ser as causas deste tipo de incidente já que muitas pessoas colocam fogo no terreno visando à limpeza do local. “A maioria dos incêndios é proposital. O mato muito seco pega fogo muito rápido”, relata o Cabo. Para evitar esse tipo de transtorno, o Bombeiro alerta para que as pessoas tomem alguns cuidados como o de manter o lote sempre limpo não deixando o mato crescer , e nunca jogar toco de cigarro na estrada ou em lotes vagos. Devido ao período de estiagem, a vegetação fica muito seca facilitando a propagação do fogo.

Por coincidência, minutos depois do incidente, os Bombeiros receberam uma outra chamada de incêndio no trevo de Caeté. Entre os dias 17 e 19 foram registradas três ocorrências de incêndio às margens da BR-381, sentido vitória, no Trevo de Sabará e Caeté.

Fonte: Folha de Sabará

Jogar lixo no rio é crime e pode originar multa

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   Recentemente, a Guarda Municipal foi acionada para repreender um senhor que com o auxílio de um carrinho jogava entulhos no rio Sabará, próximo à rua Laranjeiras, no Centro da cidade. Após ser abordado, ele parou prontamente de jogar lixo no rio, mas teria dito à Guarda que havia recebido autorização de um funcionário da prefeitura para tal ato.

   Em contato com o fiscal municipal, Américo Alexandre Simões, a Folha de Sabará apurou que de acordo com o artigo 34 da Lei Municipal 994, de 2002, é proibido depositar, dispor, descarregar, enterrar, infiltrar ou acumular em solo resíduos sólidos sem prévia autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “Ninguém vai autorizar uma pessoa a jogar lixo no rio já que a lei proíbe isso e existem locais adequados para a disposição de lixo”, afirma. O fiscal desconhece o caso citado mas reconhece que fatos como este acontecem muito na cidade devido à falta de conscientização das pessoas. Os resultados são o assoreamento do rio, poluição, destruição da mata ciliar, poluição visual e a atração de animais e insetos.

   Ainda de acordo com a Lei, existem penalidades para quem descumprir o artigo. As multas variam de R$ 17,15 a R$10.290,00. O caso citado na reportagem seria grave com multa variando de R$1716,00 a R$5145,00.

Fonte: Folha de Sabará

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Agradecimentos

Agradecemos a todos que acessaram o blog pelo número de visitas que já está em 212 e por 496 páginas lidas.


Por motivos "técnicos", o endereço do blog a partir de hoje será a url original; http://istoesabara.blogspot.com , se você está acessando o site com o prefixo ".cjb.net", provavelmente será aberta uma tela com propaganda em tela cheia, ao aparecer isso, click no botão direito superior escrito "Skip this Ad" e volte a navegar tranquilamente em nosso blog.


Sinceras desculpas por este incoveniente e obrigado pelo sucesso que o blog anda repercutindo.


Isto é Sabará!


Marcos R. e Sérgio Pacheco

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Bomba Atômica X Meio Ambiente

Hiroshima e Nagasaki

Hiroshima, a sétima maior cidade do Japão, com 343 mil habitantes e uma guarnição militar de 150 mil soldados. Hiroshima fica junto ao delta do rio Ota, que desemboca no mar Interior.
A bomba de Hiroshima ocasionou a morte de milhares de pessoas e devastou completamente 9 km2. Devido aos efeitos nocivos das radiações, os habitantes de Hiroshima e Nagasaki foram vítimas de vários problemas de saúde. Houve inúmeros casos de crianças que nasceram defeituosas em conseqüência de alterações genéticas e muitos casos de leucemia, só para citar alguns exemplos.
Todos os anos, o dia 6 de agosto é lembrado com muita tristeza, torcendo para que nunca mais o mundo tenha de assistir a uma tragédia como a desse dia.
Dia 6 de agosto de 1945, uma ordem é dada para lançar a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima. Dois minutos e dezessete segundos depois, a bomba explodia, matando e ferindo mais de cem mil pessoas.
Três dias depois, 9 de agosto, outra bomba, chamada Fatman, é lançada sobre Nagasaki. Mata quarenta mil e fere outros quarenta mil japoneses. O Japão se rende e termina a guerra. A arma atômica, com poder equivalente a vinte mil toneladas de TNT (Tri-Nitro-Tolueno), é mil vezes mais potente que qualquer das bombas conhecidas naquela época.
A carnificina não foi maior porque o terreno montanhoso protegeu o centro da cidade. Quatro meses depois, porém, as mortes na cidade chegavam a 80 mil. Nagasaki, na verdade, era o objetivo secundário. Foi atingida porque as condições meteorológicas de Kokura, o alvo principal, impediam que os efeitos destrutivos da bomba fossem os planejados.
Equipes médicas se desdobram na tentativa salvar os mais de trinta e cinco mil feridos. Mas, por semanas, meses e anos, os feridos continuam a morrer, vítimas das terríveis lesões provocadas pela explosão atômica. Mesmo seis meses depois da explosão, centenas de pessoas ainda exibiam queimaduras não cicatrizadas, provocadas pela exposição à radiação. Há milhões de homens e mulheres com problemas causados pela radiação, até então desconhecidos, mas diretamente relacionados com o bombardeio, continuam a surgir, mesmo muitos anos mais tarde. Em 1950, o censo nacional do Japão indicou que havia no país 280 mil pessoas contaminadas pela radiação das bombas de Hiroshima e Nagasaki.
Assim como as pessoas e as estruturas físicas das duas cidades sofreram conseqüências graves com a radiação das bombas atômicas, o meio ambiente também foi inteiramente destruído.
Os americanos consumiram seis anos e dois bilhões de dólares para produzir a arma mais destrutiva de toda a história da humanidade. Cinco meses depois de Hiroshima e Nagasaki, um trem especial conduz o tenente norte-americano Sussan através do território japonês, para registrar em filme os efeitos da explosão. O filme permaneceu secreto durante 13 anos.
Quando afinal foi divulgado, os americanos ficaram chocados com o que viram e com as proporções da destruição que a bomba provocou. Admitiram, então, que não imaginavam que o resultado pudesse ser aquele.

Fonte: site http://www.ambientebrasil.com.br acessado em 10/09/07 às 21:50h.

Projeto internacional fará "RG" global da biodiversidade

A idéia segue o mesmo princípio do RG. Todos os animais e plantas do mundo podem ser reconhecidos também por uma assinatura genética. Por isso, quando a maior parte deles já estiverem devidamente etiquetados, será bem mais fácil reconhecer esses organismos em novas regiões geográficas, por exemplo, ou até preservá-los da extinção.
É exatamente esse o objetivo do CBL (Consortium for the Barcode of Life) que precisa de US$ 150 milhões para, até 2009, cumprir sua meta de etiquetar 5 milhões de indivíduos de 500 mil espécies. "O Canadá já vai investir US$ 50 milhões. Argentina, Coréia do Sul e muito provavelmente o México também já demonstraram interesse em colocar recursos no projeto", disse ontem em Águas de Lindóia (SP) Paul Hebert, do Instituto de Biodiversidade do Canadá, um de seus coordenadores.
De acordo com Hebert, todos os dados gerados pelo CBL serão públicos e "abertos a todos sem nenhuma cobrança de taxa". Na biblioteca eletrônica do grupo (www.barcodinglife.org/views) é possível perceber que já existe o depósito de 31.424 espécies já identificadas por meio das etiquetas genéticas. Ao todo, já foram feitas, entre os vários grupos de organismos, 288.785 códigos de barras moleculares.
A partir do protocolo desenvolvido pelo consórcio, que consiste em isolar algumas estruturas genéticas do DNA da mitocôndria dos seres vivos e a partir disso montar as etiquetas únicas, vários problemas científicos reais estão sendo resolvidos.
Hebert está claramente tentando mostrar a importância do consórcio que ele coordena para o governo do Brasil. Mas, nos dois últimos anos, tempo em que grupos brasileiros começaram a se organizar para tentar replicar a iniciativa internacional no país, a burocracia e a falta de prioridade a causa impediram uma maior aproximação. A Folha apurou que todas as tentativas feitas com instâncias do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia) e MMA (Ministério do Meio Ambiente) foram consideradas muito bem-vindas mas esbarraram na burocracia para ir adiante.

Fonte: Eduardo Geraque da Folha de S.Paulo, em Águas de Lindóia (SP)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Imagens que transcendem: Pompéu
















Imagens que transcendem: Soledade




Incêndio destrói área de preservação ambiental em MG

Um incêndio no Parque Nacional da Serra do Cipó, em Santana do Riacho (90 km de Belo Horizonte), já destruiu entre 2.000 e 2.500 hectares dos 33.800 hectares do local (um hectare equivale a 10 mil m²). A área de preservação ambiental da reserva foi atingida. Até a noite desta terça-feira, o fogo não havia sido debelado.
Desde a tarde de domingo (19), o Corpo de Bombeiros, equipes do IEF (Instituto Estadual de Florestas), do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e voluntários têm trabalhado para conter o fogo. Quatro aviões e um helicóptero ajudam na operação.
O chefe-substituto do parque, Edward Elias Júnior, disse que o incêndio provavelmente foi provocado por criadores de gado, que colocam fogo em áreas vizinhas à área da reserva para a formação de pastos.
Segundo ele, também há informações de que um homem estaria ateando fogo criminalmente no parque. "A Polícia Ambiental já foi acionada e está procurando o suspeito."
Os bombeiros trabalhavam, na tarde desta terça, para conter três focos de incêndio nas partes norte e noroeste do parque.
"O fogo está se espalhando em uma velocidade muito grande por causa da baixa umidade e ventos fortes. O clima está muito seco e a vegetação muito árida", disse Elias Júnior. Segundo ele, há três meses não chove na região.
A expectativa é que o incêndio seja controlado até quarta (23), caso não seja ateado fogo criminalmente em outros pontos.
Elias Júnior afirmou ainda que a fauna e flora da região estão comprometidos. "O parque é conhecido pelas plantas endêmicas [espécies que só surgem em uma região do mundo], que estão ameaçadas por causa do incêndio", disse.
De acordo com o chefe do parque, os animais --sobretudo répteis-- não conseguem fugir do fogo e acabam morrendo.
De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, foram verificados 13 focos de queimadas em Minas Gerais nesta terça --quatro apenas em Santana do Riacho.
Trinta municípios mineiros decretaram situação de emergência devido à seca e estiagem. Outros 15 já tiveram o pedido homologado e podem receber recursos do governo estadual.

Fonte: Renata Baptista da Agência Folha

Chafariz do Kaquende, água potável



Um dos mais famosos chafarizes de Minas chega, neste ano, aos 250 anos.
Sua água, pura e cristalina e que acreditava-se outrora nascer debaixo da igreja de São Francisco, o que daria a ela propriedades divinas, apresenta durante todo o ano a mesma temperatura média, seja inverno ou verão.
Construído em 1757, o imponente chafariz trazia em sua fachada, acima das duas bicas, a coroa e o escudo de armas portuguesas esculpidas em pedra-sabão. Historiadores dão conta de que o escudo de armas fora dali arrancado na euforia pela proclamação da independência em 1822. A coroa teria se mantido intocada em função de representar, de qualquer forma, o império que se instalava no Brasil naquele momento.
Toda a região imediatamente a direita dos rios das Velhas e Sabará era conhecida por Kaquende. Referindo-se a região ,diziam: “Cá aquém do Rio das Velhas”, expressão que, para muitos, teria originado a palavra.


Fonte: Sérgio Alexandre
Jornal + Notícias

Lei sobre a criação de cães perigosos



Lei sobre a criação de cães perigosos gera discussões



Muitos têm sido os debates sobre a aplicação da Lei 16.301, em vigor desde 6 de dezembro de 2006, que disciplina em Minas Gerais a criação de cães das raças PitBull, Doberman, Rottweiler e outros de porte físico e força semelhantes. Na semana passada, o Tenente- Coronel do Corpo de Bombeiros, João Batista, afirmou, em entrevista ao Jornal Estado de Minas, que só será possível aplicar a lei e registrar os cães se houver um convênio entre entidades públicas e clínicas veterinárias.

Segundo o Tenente Ronaldo Rosa de Lima, comandante do Corpo de Bombeiros de Sabará, as cidades do interior ainda aguardam a instrução técnica do comando geral para começar a agir. Na opinião da Superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Vânia Dutra Amorim, a lei é importante mas precisa ser melhorada. Para ela, a lei não definiu bem as atribuições e responsabilidades de cada setor (Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Secretaria de saúde e Secretaria de Defesa Social) devendo ser importante a articulação entre eles visando a aplicação da lei.

Outro questionamento da Superintendente é com relação ao Artigo 3º, sobre o parecer que o veterinário deve emitir acerca da possibilidade de permanência do animal no convívio social. “É possível para um médico veterinário fazer uma análise psicológica do animal?”, argumenta. Vânia acrescenta que ainda não há estudos epidemiológicos que constatem o número de agressões de cães por ano e diz que o estudo precisa ser feito de forma aprofundada justamente para sensibilizar a população para que conheça melhor os riscos de se criar um animal como este em situação insegura.

Cães abandonados


Para não cumprir a lei, proprietários têm abandonado os cães das referidas raças em Belo Horizonte, colocando em risco a vida da população. Ainda de acordo com a reportagem publicada pelo Estado de Minas, apenas na semana passada, 165 cachorros foram abandonados.

Em Sabará não há números exatos com relação ao abandono desses cães mas esta demanda existe. “Nossas demandas têm sido de cães soltos em vias públicas ou referentes a pessoas que mantém o animal em situação de risco”, informa a Superintendente. Nestes casos de cães de raça perigosa, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), localizado no Rosário II, recolhe ou recebe estes animais que permanecem no local por cinco dias. Caso o proprietário não apareça, o CCZ, conforme a lei, pode enviar o cão a penitenciárias. Outra ação pode ser o encaminhamento à instituição de pesquisa, como a UFMG. Porém, devido ao fato dessas raças não serem sociáveis, o interesse das instituições é raro. Se não for possível o estabelecimento de nenhuma dessas medidas, um médico veterinário faz a eutanásia do cão. Neste caso, o animal é sedado e a eutanásia acontece sem sofrimento, de acordo com as normas do Ministério da Saúde.

Vânia Dutra Amorim comenta que recentemente apenas dois cães da raça pit Bull se encontravam no CCZ. Um deles foi apreendido porque estava solto na rua. Os donos procuraram pelo cão e agora têm 15 dias para se adequar a Lei e reaver o animal após uma análise das condições de segurança pela Vigilância Sanitária. O outro pit bull, apreendido pelos Bombeiros, está hoje na Associação Sabarense Protetora dos Animais e da Natureza (Aspan). “A Aspan interferiu para que a doação do animal acontecesse, o que a lei não permite. A Associação então intercedeu e ficou com a guarda do cão assinando um termo de responsabilidade para que ele seja mantido de forma segura, bem alimentada, sem que seja doado a terceiros”, explica a Superintendente. Ela concorda com a proibição de doação de cães de raça perigosa a terceiros para que sejam evitados acidentes graves ou fatais. “Queremos evitar casos de crianças mutiladas, que ficam com seqüelas pelo resto de suas vidas devido a um acidente que pode ser evitado”, declara Vânia.

A presidente da Aspan, Vera Lúcia Ferreira Alves, foi procurada pela Folha de Sabará. Em sua opinião, a adoção não pode acontecer em casos de cães com histórico de violência. “A cadela que estava no CCZ não tinha este histórico, era mansa e dócil. Eu intercedi para que ela não fosse morta e recebi o parecer favorável do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais, e de dois veterinários do CCZ de Sabará dizendo que a cadela é sociável”. A referida cadela está no abrigo da Aspan e foi castrada.

Vera afirma ser a favor da lei 16301. Com relação à eutanásia do animal, ela concorda, desde que seja feita uma triagem bem feita. “Se o cachorro for violento, tudo bem, mas se for dócil, ele tem o direito de viver. Sei de pit buls que vivem numa boa”. Perguntada se ela acha possível para um veterinário estabelecer sobre o caráter dócil de animal deste porte, Vera responde de forma positiva, mas faz uma ressalva: “Desde que o veterinário conviva com o animal por determinado tempo e que se conheça o histórico do cachorro, tomando todos os cuidados devidos já que não é um cão totalmente confiável”. A presidente da Aspan acrescenta donos de cães que incitam a violência nos animais devem receber punição.

Sobre o assunto, a Superintendente da Secretaria Municipal de Saúde explica que a lei diz que cães das raças pit bull, doberman, rottweiler e outros de porte físico e força semelhantes não podem ser adotados por terceiros, nem mesmo se forem dóceis. “A lei diz que o cão que agredir alguém, ou o abandonado, será recolhido e que o veterinário emitirá um laudo sobre a possibilidade deste animal voltar para o dono, e não para a família de terceiros. Esta cadela que estava no CCZ e hoje está de posse da Aspan é adulta. Não foi feita pesquisa sobre o histórico de agressão, mas quando a cadela esteve aqui ela destruía as grades do canil quando outros cães se aproximavam”.

Ataques

A preocupação da Superintendente com relação a doação deste animais tem motivo. Em todo o país não têm sido raros os casos de ataques de pit bulls. Aqui em Sabará, a auxiliar de enfermagem do hospital Cristiano Machado, Magda de Fátima, conta que conhece um caso grave ocorrido há quatro anos com uma criança moradora do Chacreamento Ipê Amarelo que, naquela época, tinha apenas três anos. “Fiquei sabendo que a menina foi brincar na casa de uma vizinha que tinha um pit bull. O cachorro estava solto e atacou a criança chegando a arrancar seu coro cabeludo”. Além disso, a criança foi bastante mordida em outras partes do corpo mas sobreviveu. Ela foi atendida no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, ficando internada vários dias e se submetendo a cirurgias.

A orientação do Corpo de Bombeiros é para que em situação de risco com os cães a população recorra à corporação que vai recolher o animal e levá-lo ao Centro de Zoonoses. O telefone do Corpo de Bombeiros é o 193. A Superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Vânia Dutra Amorim, diz que a Secretaria está atendendo as demandas de cães soltos em vias públicas ou de denúncias de pessoas que mantém o animal em situação de risco. O telefone para denúncias é o 3672 7697.

Nos Borges, criador de pit bull mantém o animal em seu quintal

Rosanio Liziero dos Reis, de 42 anos, morador do bairro Borges, tem um cão da raça pit bull de três anos idade. Ele diz que seu cachorro é vacinado e que no dia da vacinação funcionários da prefeitura cadastraram o animal. Rosânio esclarece que não passeia com seu pit bull na rua já que o mantém solto em seu amplo quintal, que é murado. Ele acrescenta que escolheu a raça porque os animais são bonitos e robustos. “Cachorro é igual gente, se você levar para casa, dar carinho, amor e educação ele vai ser amável, mas se você jogar na rua ou agredir, ele se torna agressivo”, opina. Ele é contra a castração do animal por considerar o ato uma “judiação”.

Em BH, pit bulss vão ganhar microchips

A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte começou a instalar microchips na região dorsal dos pit bulls da capital. O aparelho é do tamanho de um grão de arroz e armazenará os dados do cão e de seu dono. O animal que atacar alguém, fugir ou for abandonado será identificado por meio de um equipamento, passado sobre a pele, permitindo a leitura do registro do cão.

Principais pontos da Lei 16301


- Os proprietários de cães com mais de 120 dias de idade das raças pit Bull, doberman, rottweiler e outros de porte físico e força semelhantes devem registrar o animal junto aos órgãos credenciados mediante a apresentação de comprovante de vacina, qualificação do vendedor e do proprietário e declaração da finalidade de criação do animal
- O proprietário deve manter o animal em área delimitada, com dimensões suficientes para seu manejo seguro, guarnecida com cercas, muros ou grades que impeçam a fuga e resguardem a circulação de transeuntes nas proximidades.
- Deve afixar, de forma visível, à entrada do imóvel onde é mantido o cão, placa de advertência que informe a raça, a periculosidade e o número de registro do animal
- Impedir o acesso do cão aos locais destinados a caixas de correspondência, hidrômetros, caixas de leitura de consumo de energia elétrica e equipamentos congêneres
-Utilizar equipamentos de contenção, na condução em via pública e no transporte do animal, sobretudo aqueles que os impeçam de efetuar ataques e desferir mordidas
-O descumprimento de qualquer das disposições acarretará na apreensão do animal e na aplicação de multa de 500 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais- 500 UFEMGs, duplicado em caso de reincidência
- É proibida a adoção, procriação e entrada de cães pit Bull no Estado, sujeitando-se os estabelecimentos infratores à cassação de alvará de funcionamento, nos termos da legislação aplicável

Fonte: Jornal Folha de Sabará